Sede do Legislativo

Ex-presidente Marcelo Bisogno desabafa sobre obra parada da Câmara


Fabrício Vargas (Câmara de Vereadores)Ex-presidente Marcelo Bisogno falou, na manhã de segunda-feira, em comissão da Câmara sobre os problemas em obra parada da sede

Na manhã desta segunda-feira, a comissão especial da Câmara de Vereadores de Santa Maria instalada para acompanhar a fiscalização da obra da nova sede do Legislativo ouviu os ex-gestores da Casa, Marcelo Bisogno (PDT) e Luiz Carlos Fort (PR). O primeiro fez o pedido da abertura de uma sindicância pela prefeitura para apurar os problemas, e o segundo formalizou a solicitação ao Executivo. Chefe do Legislativo em 2016, Fort (na foto à esq., de camiseta vermelha) foi o primeiro a falar. Questionado sobre o pedido de investigação, o ex-vereador afirmou que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) fez apontamentos em relação a ex-gestores da Câmara, que assim que tomaram conhecimento dos mesmos apresentaram a solicitação da sindicância. Ele acrescentou que seguiu todos os trâmites legais.

Um dos ex-gestores alvo de uma ação do Ministério Público, que determinou o bloqueio de seus bens e pede o ressarcimento de valores devido a supostas irregularidades na obra paralisada desde 2013, Bisogno (à dir.) fez um desabafo. Em mais de 30 minutos de manifestação, ele disse que seu nome "foi exposto à cidade" e que "era um cidadão comum"quando o contrato com a empresa responsável pela obra foi assinado. Ao assumir a presidência, em 2013, só 22% da construção estava concluída, contudo, pelo contrato, o prédio deveria estar pronto em 27 de dezembro de 2012. "A promotoria aponta falha no edital, falha no contrato, eu nem era vereador", argumentou ele, sob o olhar dos vereadores Daniel Diniz (PT) e Juliano Soares (PSDB), Juba, presidente e relator, respectivamente, da comissão.

Vereadores de comissão apontam risco em obra

Ele afirmou que na sua gestão pagou empenhos referentes à construção deixados pela administração anterior, o que são trâmites normais tanto no Legislativo quanto no Executivo. Também alegou que precisou fazer um aditivo para atualizar as planilhas que estavam defasadas antes de romper o contrato com a Engeporto. Todo o procedimento, segundo Bisogno, sob orientação da Procuradoria Jurídica e do Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos (Igam), além da assinatura dos profissionais da prefeitura encarregados pela fiscalização da obra. Sem essa atualização, conforme o ex-presidente, o Legislativo poderia ser acionado na Justiça pela construtora e ter ainda que indenizá-la. "O primeiro processo que estou respondendo é por ter respeitado o erário, por romper o contrato", destacou o Bisogno, que é responsabilizado pelo MP por pagar empenhos e fazer o aditivo ao contrato. Por último, Bisogno reclamou que pegou "uma bomba" e, ao final, foi quem pagou a conta. No encerramento, o presidente da comissão o questionou se a obra era necessária. "Tenho certeza que foi uma decisão equivocada fazer um novo prédio", respondeu Bisogno.

É, além desnecessária, hoje a sede virou um desperdício de dinheiro público, já que foi investido mais de R$ 1,6 milhão. E pior: ainda vai dar muita dor de cabeça para gestores que passarão pelo comando da Casa, que não sabe o que fazer com ela.

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